Uruguai para o Mundo apoiará a internacionalização de MPMEs e startups

O novo programa interinstitucional busca reduzir barreiras, fortalecer capacidades e apoiar empresas de todo o país em seu acesso aos mercados globais. A chamada será aberta em fevereiro de 2026 e prevê o apoio a mais de 130 projetos ao longo de dois anos
Data de publicação: 18/12/2025
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O Uruguai deu um novo passo em sua estratégia de desenvolvimento produtivo com o lançamento do Uruguai para o Mundo, um programa voltado a impulsionar a internacionalização das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), bem como das startups, como motor de crescimento, inovação e geração de empregos de qualidade.

O lançamento do programa contou com a presença da ministra da Indústria, Energia e Mineração, Fernanda Cardona; do ministro da Economia e Finanças, Gabriel Oddone; do diretor do Escritório de Planejamento e Orçamento, Rodrigo Arim; da diretora-executiva da Uruguai XXI, Mariana Ferreira; do presidente da Agência Nacional de Desenvolvimento (ANDE), Juan Ignacio Dorrego; do presidente da Agência Nacional de Pesquisa e Inovação (ANII), Álvaro Brunini; da presidente do Laboratório Tecnológico do Uruguai (LATU), Lucila Arboleya; e de Bruno Gili, responsável pela Uruguai Inova, entre outras autoridades nacionais.

Nesta ocasião, a apresentação das diretrizes e características do programa ficou a cargo de Ferreira e Dorrego, que detalharam seus fundamentos, objetivos e modalidades de apoio. Ambos destacaram que a internacionalização não é apenas uma opção para algumas empresas, mas uma prioridade de desenvolvimento e uma política de Estado. Nesse sentido, a diretora-executiva da Uruguai XXI ressaltou que o Uruguai para o Mundo é resultado de um trabalho coordenado iniciado no começo do ano, no âmbito da Uruguai Inova, com o objetivo de “integrar esforços, instrumentos e ferramentas das diferentes agências para oferecer novamente um programa sólido de apoio à internacionalização de MPMEs e startups”.

Ferreira destacou que há ampla evidência empírica demonstrando que empresas exportadoras — independentemente de seu porte — são mais eficientes, competitivas e inovadoras do que aquelas que atuam apenas no mercado interno. “O acesso aos mercados internacionais tem um efeito comprovado: aumenta a produtividade, fortalece modelos de negócios escaláveis, diversifica riscos e exige padrões mais elevados”, afirmou.

Ela também alertou que MPMEs e startups enfrentam maiores dificuldades para se manter de forma contínua nos mercados externos, o que justifica a adoção de políticas públicas específicas. A Uruguai XXI ressaltou ainda o papel estratégico dessas empresas na construção de uma matriz produtiva e exportadora mais resiliente.

Embora as MPMEs representem mais de 80% das empresas exportadoras de bens, elas respondem por apenas cerca de 5% do valor total exportado e costumam atuar em poucos mercados, principalmente regionais. “Apoiar sua internacionalização não apenas abre novos destinos, mas também contribui para a continuidade e a consolidação dessas empresas ao longo do tempo”, explicou Ferreira.

O presidente da ANDE, Juan Ignacio Dorrego, apresentou as características operacionais do programa e seus principais objetivos, entre eles o estímulo aos processos de internacionalização, o fortalecimento de capacidades internas para escalar soluções, a consolidação de novas empresas exportadoras e a promoção da transferência de conhecimento e talentos entre países. “Precisamos ampliar a rede de empresas que acessam mercados regionais e globais”, afirmou.

O Uruguai para o Mundo é voltado a MPMEs e startups de todo o território nacional, de qualquer setor, que produzam ou comercializem bens e serviços e apresentem potencial de acesso a novos mercados. Dorrego destacou como desafio a redução da concentração histórica desse tipo de apoio em Montevidéu e na área metropolitana, aproveitando as oportunidades existentes em outras regiões do país.

O programa contará com um orçamento total de US$ 1,5 milhão para o período de 2026 a 2027 e terá chamadas anuais. A expectativa é apoiar mais de 130 projetos, que serão avaliados com a participação das agências envolvidas e de avaliadores externos.

A iniciativa está estruturada em duas modalidades. A modalidade exportação visa apoiar as empresas na preparação e na ampliação de sua capacidade produtiva para atender à demanda dos mercados de destino, com financiamento de até 80% do projeto, limitado a US$ 10 mil. Já a modalidade internacionalização é destinada a empresas com experiência prévia que buscam consolidar e expandir suas operações em novos mercados internacionais, com financiamento de até 80% e teto de US$ 20 mil. Ambas podem incluir uma etapa inicial de elaboração do plano de atividades, alinhado aos objetivos de cada empresa.

A chamada será aberta em fevereiro de 2026, com avaliações nos meses seguintes e início das atividades previsto para maio. Além dos instrumentos de apoio, o programa consolida uma linha de atuação voltada a facilitar o acesso das empresas aos mercados internacionais, a partir da coordenação entre instituições públicas ligadas ao desenvolvimento produtivo, à inovação e à promoção internacional.

Com esse objetivo, a iniciativa resulta de uma articulação estratégica entre a Agência Nacional de Desenvolvimento (ANDE), a Uruguai XXI, a Agência Nacional de Pesquisa e Inovação (ANII), o Laboratório Tecnológico do Uruguai (LATU) e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração (MIEM), no âmbito do programa Uruguai Inova, liderado pela Presidência. Um esforço conjunto para construir um caminho abrangente e acessível que permita a mais MPMEs e startups uruguaias alcançar mercados globais e consolidar seu crescimento internacional.


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