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Como negociar direitos a partir do Uruguai: dicas práticas para ilustradores e quadrinistas
No workshop Rendez-vous del Cómic, na Mediateca da Aliança Francesa de Montevidéu, a Uruguay XXI compartilhou um roteiro para profissionalizar a gestão de direitos, preparar agendas internacionais e aproveitar feiras como Guadalajara, Bolonha e Frankfurt
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A Uruguay XXI acompanha os criadores nacionais em processos de formação, internacionalização e acesso a circuitos globais onde a ilustração e os quadrinhos uruguaios ganham visibilidade sustentada. Nesse contexto, Omaira Rodríguez — especialista em Indústrias Criativas da Uruguay XXI — ofereceu aos participantes do workshop Rendez-vous del Cómic, na Mediateca da Aliança Francesa de Montevidéu, um panorama sobre como funcionam os principais espaços de comercialização do setor editorial e quais são as oportunidades para os criadores uruguaios.
“Cada livro é uma negociação em si”, destacou, ressaltando a importância de chegar preparado a eventos como a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, a de Bolonha ou a de Frankfurt, onde se concentram editores e agentes de todo o mundo.
Rodríguez explicou que, embora o mercado uruguaio seja pequeno, a qualidade do talento nacional abre portas fora das fronteiras. “Obras uruguaias foram publicadas na Espanha, França, Itália e Brasil. O que parece impossível, é possível”, afirmou.
Em sua intervenção, ele destacou o valor da preparação prévia: ter um portfólio profissional, uma maquete pronta para apresentar e uma agenda organizada de reuniões. Ele também destacou a importância dos prêmios como plataformas de visibilidade internacional.
Feiras, vitrines e contatos
Em sua exposição, Rodríguez descreveu como funcionam os salões de direitos nas grandes feiras internacionais. “São oito horas de agitação, todo mundo apresenta catálogos e negocia”, disse. Ele explicou que, para ter oportunidades reais, é imprescindível uma preparação exaustiva: estudar o mapa da feira, definir objetivos e enviar solicitações com bastante antecedência. “Para 40 reuniões, cheguei a enviar 500 solicitações. A agenda é preparada antes da viagem”, relatou.
Além da organização, ele ressaltou a importância de se apresentar com um portfólio profissional e atualizado, uma maquete pronta para mostrar projetos e até mesmo um pequeno lembrança criativa — “um adesivo com um personagem próprio funciona muito bem” — que ajude os editores a lembrar quem conheceram em meio à multidão. Durante as feiras, ela recomendou levar um diário de reuniões para registrar o que foi conversado e, depois, transformar esse registro em uma base de contatos organizada, fundamental para manter o vínculo no futuro.
Contratos: o básico e indispensável
A especialista dedicou parte da palestra a uma revisão de questões contratuais que, sem necessidade de serem advogados, os criadores devem conhecer. Ela explicou que o primeiro aspecto a ser negociado nos contratos de cessão ou licença de direitos autorais é o território, evitando cessões muito amplas.
Ela também abordou o tema do prazo, que geralmente fica entre cinco e dez anos, sendo sete o mais comum. Quanto aos royalties, ela ressaltou a importância de não se contentar apenas com uma porcentagem. “Quase ninguém paga 10%; o normal é 5% a 7%. E sempre peçam um adiantamento”, recomendou.
Outros aspectos importantes são a visibilidade do autor na capa e nos créditos e a garantia de que qualquer modificação respeite os direitos morais da obra. “O negócio é uma troca e deve ficar por escrito, sem ambiguidades”, destacou Rodríguez, aconselhando a não assinar um contrato se não estiver convencido, mas sempre mantendo aberta a possibilidade de renegociar.
Dicas práticas para criadores
Além das grandes linhas de trabalho, Rodríguez compartilhou outras recomendações concretas. Ele aconselhou estar atento a cláusulas muito amplas, relatórios de vendas pouco claros e mudanças de design sem autorização. Recomendou estabelecer limites nos trabalhos por encomenda, tanto na quantidade de correções quanto na preparação e entrega de originais, e reservar um uso pessoal limitado de algumas ilustrações.
Por outro lado, destacou o papel dos prêmios como plataforma de legitimidade internacional. “Um prêmio torna você visível entre milhares”, afirmou.
Além dos contratos e das feiras, a palestra deixou uma mensagem inspiradora: a internacionalização é um processo de preparação, paciência e acompanhamento constante, mas possível. “Cada livro é uma nova negociação. Não há moldes”, resumiu Rodríguez.
A participação no workshop Rendez-vous del Cómic faz parte do trabalho da Uruguay XXI para acompanhar e profissionalizar os criadores nacionais, impulsionando sua inserção em circuitos globais onde a ilustração e os quadrinhos uruguaios já estão abrindo portas.
Nesse mesmo espírito, o coletivo Maldito Canario aposta na formação e no intercâmbio por meio de workshops na Aliança Francesa. Todas as segundas sextas-feiras de cada mês, e de forma gratuita, essas instâncias são pensadas tanto para quem está começando quanto para quem já trabalha na área. O último encontro foi dedicado aos direitos autorais, um tema fundamental para saber como cuidar e valorizar o trabalho criativo, reafirmando a ideia de compartilhar