Exportações de arroz uruguaio crescem durante a COVID-19

Nos dois primeiros meses do ano cresceu 6,25% em relação ao mesmo período de 2019, atingindo destinos como a União Européia.
Data de publicação: 06/05/2020
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As vendas de arroz uruguaio cresceram nos dois primeiros meses do ano 6,25% em relação ao mesmo período de 2019 para diferentes lugares, incluindo a União Européia, que optou por comprá-lo no país sul-americano, que tem 135 mil hectares plantados e um rigoroso cumprimento dos compromissos de exportação.

Além da União Européia, países como Peru, México, Iraque ou Brasil são os principais compradores deste cereal para o Uruguai, que alcançou vendas nos dois primeiros meses de 2020 por um valor de 69 milhões de dólares.


Um produto de qualidade

"Os países querem garantir sua sobriedade alimentar e se voltaram para o Uruguai porque tem uma qualidade superior de grãos", explica Alfredo Lago, presidente da Associação dos Produtores de Arroz (ACA).

Atualmente, apenas 7.000 do total de hectares plantados no país, que na última safra renderam nove toneladas de arroz paddy cada um, são destinados ao mercado interno.

Dos diferentes tipos que existem dentro deste cereal, a grande maioria da colheita no Uruguai é de grãos longos finos, embora existam também grãos médios e grãos curtos.

Na última temporada, que terminou em 28 de fevereiro, o país sul-americano colheu 1.215.000 toneladas de arroz paddy, colocando-o como o sétimo maior exportador do mundo.

A União Européia

Normalmente, a União Européia compra entre 8% e 10% da safra do país sul-americano, principalmente em seus tipos integral e parboilizado (vaporizado).

Numa época em que o mundo é abalado pelo avanço do coronavírus, circunstâncias diferentes fazem crescer esses números. Para o gerente geral da Saman, principal fábrica de arroz do país, Leomar Goldoni, o aumento das vendas é sempre muito importante para o país.

Como ele explica, o Uruguai tem produtos com as condições sanitárias exigidas pelo protocolo que a Europa tem em relação ao uso de agroquímicos.

"O Uruguai tem uma integração bastante vertical da cadeia. Nossa relação com os produtores é muito forte e nos permite desenvolver protocolos específicos para cumprir com os regulamentos da União Européia", ressalta.

O principal comprador é a Alemanha, enquanto outros países que recebem produtos uruguaios são a Holanda e a Bélgica.


Vendas nas Américas

Em fevereiro, segundo dados da agência de promoção de investimentos, exportação e imagem do país, Uruguai XXI, as vendas ao exterior tiveram uma variação positiva de 22%, devido às saídas do produto para o Peru, Brasil e Senegal.

No caso do Peru, durante o primeiro trimestre, o Uruguai foi o principal fornecedor de suas compras, conseguindo cobrir 58% delas com uma venda de cerca de USD 23 milhões. Estes números marcaram um crescimento de 35,3% em relação ao mesmo período em 2019.

Nas Américas, onde todos os países colhem arroz, o principal consumidor é o Brasil, seguido da Colômbia e do Peru.

Arroz em 2020

Segundo relatório do Uruguai XXI, as exportações nos três primeiros meses do ano atingiram US$ 1,811 bilhão.

Até o momento, os produtos com maior impacto positivo foram soja, concentrados de bebidas, gado vivo, produtos farmacêuticos e arroz.

Quanto aos preços, estes últimos tiveram uma variação positiva tanto em janeiro quanto em abril, de 11% e 15%, respectivamente.

(Baseado em uma nota de Santiago Carbone - EFE)


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