O Uruguai terá um Selo de Gestão Sustentável para fortalecer as exportações responsáveis

O selo, criado pela UEU e pelo LATU, é complementado pelo licenciamento da Marca País, uma sinergia que, segundo Mariana Ferreira, diretora da Uruguay XXI, potencia a competitividade das exportações e transmite ao mundo a imagem de um país que produz com qualidade e responsabilidade
Data de publicação: 16/09/2025
Partilhar:

O auditório do LATU foi palco do evento “Exportação Sustentável: Propostas e ferramentas para seu impulso”, onde foram aprofundadas as características e o desenvolvimento do Selo de Gestão Sustentável, uma iniciativa desenvolvida em conjunto pela União dos Exportadores do Uruguai (UEU) e pelo Laboratório Tecnológico do Uruguai (LATU).

As presidentas de ambas as instituições destacaram que o Uruguai possui pontos fortes reconhecidos internacionalmente — como sua posição em 34º lugar entre 167 países no Índice de Desenvolvimento Sustentável, uma democracia consolidada e baixos níveis de desigualdade em comparação regional —, mas também enfrenta desafios que exigem trabalho conjunto entre os setores público, privado e acadêmico. Segundo elas, o selo foi concebido como um guia prático e gradual para acompanhar empresas de bens e serviços, especialmente as pequenas, na incorporação de boas práticas sustentáveis.

Um dos painéis de destaque do evento reuniu representantes do Banco República (BROU), InMujeres, ANII e Uruguay XXI, que concordaram que a sustentabilidade não é apenas um dever ambiental e social, mas também uma condição estratégica para competir nos mercados mais exigentes.

Em representação da Uruguay XXI, a diretora executiva Mariana Ferreira destacou que a sustentabilidade se tornou um critério ineludível no comércio internacional. “Hoje, os mercados não avaliam apenas a qualidade dos produtos, mas também a história por trás deles: como são produzidos, em que condições e com que impacto na sociedade e no meio ambiente”, afirmou.

Ferreira lembrou que cerca de 80% das exportações uruguaias de bens são agroindustriais — carne, laticínios, celulose, oleaginosas — e que esses produtos têm rastreabilidade, um atributo que responde às crescentes demandas de consumidores informados e mercados de nicho. “A estratégia do Uruguai é mais de nicho do que de volume, e aí a transparência e a sustentabilidade se transformam em vantagens competitivas”, observou.

Em sua intervenção, ele enfatizou a complementaridade entre o Selo de Gestão Sustentável e o licenciamento da Marca País Uruguai, que se baseia em quatro pilares: origem e autenticidade, sustentabilidade, liderança e capacidade exportadora. Segundo ele, o selo reforça de maneira técnica e objetiva o pilar da sustentabilidade, amplificando a mensagem comum de que o Uruguai não apenas produz com qualidade, mas também com responsabilidade social, ambiental e de governança.

“As certificações são uma chave de acesso: abrem portas em mercados exigentes, diferenciam nossas empresas em relação aos concorrentes e geram valor a longo prazo”, destacou Ferreira, ao mesmo tempo em que convidou as empresas que já possuem o selo a dar um passo adiante e obter a licença da Marca País Uruguay.

A diretora da Uruguay XXI definiu essa integração como um círculo virtuoso que beneficia todos os níveis: empresas mais sólidas e responsáveis, uma marca país mais confiável e valorizada e um Uruguai melhor posicionado no mundo. “Hoje, a sustentabilidade não é uma opção, é uma condição para competir e crescer”, concluiu.

O encontro foi encerrado com um painel institucional com a participação do Banco Mundial (IFC) e representantes dos ministérios da Economia, Indústria e Meio Ambiente, que concordaram com a necessidade de manter a cooperação público-privada para aprofundar a transformação produtiva do país.


Top