Estreia de séries de animação uruguaias no Festival Internacional de Cannes

Pela primeira vez uma série uruguaia participará no Festival Internacional de Cannes, a produção animada TV Educativa, escrita e dirigida por Pablo Marcovecchio e Marco Caltieri (Metro de Montevideo, El Cuco de las Matemáticas) e produzida por Clara Charlo.

A estreia mundial será no prestigioso festival de Canneseries em parceria com a MipTV (Competição Oficial de Curtas-Metragens). Será a única produção animada do concurso, e juntamente com o Inferno da Argentina, os dois únicos representantes da América Latina.

A produção é inteiramente uruguaia e foi possível graças ao apoio da Dirección Nacional de Telecomunicaciones (Dinatel) do Ministério da Indústria, Energia e Minas, Montevideo Audiovisual e do Instituto Nacional del Cine y el Audiovisual (INCAU).

TV EDUCATIVA TRAILER from Enano Maldito on Vimeo.

TV Educativa não é uma série educativa, é apresentada como se fosse produzida pelo governo ditatorial de um país fictício (Ulandia), que tem o seu próprio hino, a sua própria bandeira e cada capítulo começa com um discurso do Ministro da Educação de Ulandia.

É uma série de televisão consciente do seu carácter de produto televisivo, que desempenha o papel de projecto educativo através de segmentos que organizam o conhecimento por assunto. Cada um deles utiliza uma técnica de animação diferente e opera num mundo separado, com as suas próprias personagens, que dialogarão de um esboço para outro no mesmo episódio, e que crescerão episódio por episódio. A sua narrativa emula a lógica do zapping televisivo dentro do mesmo programa.

A construção das personagens em cada um dos mundos é abrupta, fragmentária. Após a sua introdução, o episódio salta para outro mundo, depois para outro, depois para outro ainda, apenas para voltar ao primeiro e resolver um conflito aberto, ou contradizer o que foi dito da última vez que as personagens foram vistas.

É uma série que exprime críticas à educação, estereótipos, cultura de massas. E sobre a ideia que os governos têm sobre a educação e, sobretudo, sobre a própria televisão.